Qual é a Diferença Entre um Recloser e um Disjuntor de Poste?

Muitas pessoas me perguntaram: "Qual é a diferença entre um recloser e um disjuntor de poste?" É difícil explicar em uma única frase, então escrevi este artigo para esclarecer. Na verdade, reclosers e disjuntores de poste têm propósitos muito semelhantes - ambos são usados para controle, proteção e monitoramento em linhas de distribuição aéreas externas. No entanto, existem diferenças significativas nos detalhes. Vamos examiná-los um por um.

1. Mercados Diferentes
Isso pode ser a maior distinção. Reclosers são amplamente utilizados em linhas aéreas fora da China, enquanto a China adotou um modelo baseado em disjuntores de poste combinados com Unidades Terminais de Alimentação (FTUs). Essa abordagem separa artificialmente os equipamentos primário e secundário, levando apenas recentemente a esforços para a integração profunda de sistemas primários e secundários. Em contraste, a prática internacional sempre apresentou um design profundamente integrado de primário-secundário desde o início.

A China já emitiu um padrão nacional para reclosers - GB 25285-2010 - baseado no IEC 62271-111:2005. Não se refira a esse padrão, pois a edição de 2005 do IEC 62271-111 foi quase totalmente reescrita; confiar nela pode levar a erros.

Historicamente, a indústria elétrica chinesa focou-se mais na importação de tecnologia do que na inovação original. Posteriormente, as estratégias de padronização da State Grid e da China Southern Power Grid resultaram em produtos altamente homogêneos entre fabricantes, com baixa capacidade de inovação e papéis de gerenciamento de produtos predominantemente simbólicos.

Internacionalmente, as grandes marcas se diferenciam claramente - cada uma oferece designs, características e propostas de valor únicas. Sob essa perspectiva, o setor de equipamentos de distribuição da China ainda tem um longo caminho a percorrer antes de se libertar de uma mentalidade de "cópia" e alcançar uma verdadeira inovação independente.

2. Composição do Produto
Reclosers incluem intrinsecamente um controlador - sem ele, simplesmente não podem funcionar. Em contraste, os disjuntores de poste geralmente usam mecanismos acionados por mola e podem operar com apenas um mecanismo manual mais uma bobina de disparo por sobrecorrente. Fundamentalmente, um recloser é um dispositivo primário-secundário profundamente integrado, enquanto um disjuntor e FTU são tratados como dois produtos separados.

Essa distinção causou confusão persistente na China. Mesmo hoje, a maioria das empresas (e engenheiros) não reconhece que um recloser, por natureza, é um sistema estreitamente integrado - tanto organizacional quanto tecnicamente - e não reestruturaram suas equipes em conformidade.

3. Sensores de Tensão
Os primeiros disjuntores de poste geralmente não incluíam sensores de tensão, enquanto os reclosers tipicamente vinham com seis sensores de tensão. Com o recente impulso para a integração profunda de primário-secundário na China, essa lacuna foi grande parte fechada.

4. Padrões
Os reclosers atendem ao IEC 62271-111 (equivalente ao ANSI/IEEE C37.60), enquanto os disjuntores seguem o IEC 62271-100. Esses diferentes padrões resultam em diferenças significativas nas especificações e testes de tipo dos produtos.

Crucialmente, durante os testes de tipo, o disparo de curto-circuito de um recloser é totalmente controlado por seu próprio controlador integrado, não por sinais externos de uma subestação. Em outras palavras, conforme o padrão, um disjuntor não é um dispositivo de auto-proteção - requer um comando de disparo externo - enquanto um recloser é intrinsecamente auto-protetor.

5. Mecanismo de Operação
Os reclosers geralmente usam mecanismos de ímã permanente, enquanto os disjuntores de poste normalmente empregam mecanismos de mola.
Mesmo quando se compara um recloser a um disjuntor de poste com ímã permanente combinado com um FTU, permanecem diferenças-chave.

6. Sequência e Lógica de Recolocação
Os reclosers suportam sequências de recolocação rápidas e configuráveis - por exemplo: O–0,5s–CO–2s–CO–2s–CO (três aberturas, quatro operações). Em contraste, os disjuntores de poste típicos chineses suportam apenas sequências mais lentas, como O–0,3s–CO–180s–CO.

A diferença funcional central está no software do controlador. Embora ambos sejam dispositivos de proteção, o software nos reclosers internacionais e nos FTUs domésticos divergiu significativamente ao longo do tempo.

A lógica de recolocação nos reclosers globais é o resultado de décadas de P&D por fabricantes internacionais. Para atender às diversas necessidades dos clientes, essa lógica é aberta e totalmente configurável. Por exemplo, cada "O" (abertura) pode ser atribuída a múltiplas funções de proteção:

• Primeiro O: 50-1 (sobrecorrente instantânea, 600A) + 51-1 (sobrecorrente temporizada, 200A, curva inversa-tempo)

• Segundo O: …

Em contraste, a lógica de recolocação e as configurações de proteção dos FTUs na China são rigidamente personalizadas para os requisitos da State Grid ou da Southern Grid. A lógica é essencialmente uma caixa preta - os parâmetros são codificados de forma rígida, e qualquer modificação requer alterações no firmware subjacente. Essa arquitetura de software obsoleta permanece comum em toda a indústria doméstica.

7. Funções de Proteção
Uma comparação detalhada não é viável aqui, mas as filosofias de proteção diferem muito devido à estrutura da rede e aos hábitos operacionais.

Por exemplo, a proteção por sobrecorrente inversa-tempo é amplamente utilizada internacionalmente - com centenas de curvas disponíveis (incluindo curvas Kyle e opções definidas pelo usuário) - não apenas as quatro curvas padrão do IEC. A China raramente usa essas.

Os religadores internacionais geralmente fornecem duas a quatro instâncias de cada função de proteção (por exemplo, 50-1, 50-2, 50-3, 50-4) para permitir uma configuração flexível em várias tentativas de religação. Da mesma forma, a proteção contra falhas sensíveis à terra (SEF), comum no exterior, raramente é usada na China.

8. Protocolos de Comunicação
DNP3.0 é extremamente popular no exterior, mas praticamente não é usado na China. Além disso, o DNP3.0 em aplicações internacionais requer listas de pontos configuráveis pelo usuário, o que significa que os religadores devem suportar totalmente o mapeamento de dados personalizados — um requisito de desenvolvimento exigente.

Finalmente, aqui está uma imagem compartilhada comigo por Victor, um pioneiro na comunidade de exportação de equipamentos elétricos da China. Ela mostra inúmeras marcas globais de religadores, mas nenhuma chinesa.

No entanto, eu acredito firmemente que nos próximos 20 anos, uma marca chinesa se elevará a líder global reconhecida em religadores. E essa empresa não será apenas uma que se destaque em hardware de quadros de distribuição, mas uma com fortes capacidades em controle inteligente, software e integração digital.