Finalidade do Aterramento
Aterramento Funcional do Sistema (Aterramento de Trabalho): Em sistemas de energia, o aterramento é necessário para a operação normal, como o aterramento do ponto neutro. Este tipo de aterramento é conhecido como aterramento de trabalho.
Aterramento de Proteção: As caixas metálicas de equipamentos elétricos podem se energizar devido a falha de isolamento. Para prevenir riscos de choque elétrico a pessoal, o aterramento é fornecido e é referido como aterramento de proteção.
Aterramento de Proteção Contra Sobretensão: O aterramento é instalado para dispositivos de proteção contra sobretensão — como pararaios, supressores de surto e lacunas protetoras — para eliminar os perigos de sobretensão (por exemplo, de raios ou surtos de comutação). Isso é chamado de aterramento de proteção contra sobretensão.
Aterramento de Descarga Eletrostática (DE): Para tanques de armazenamento de óleo inflamável, gás natural e tubulações, o aterramento é implementado para prevenir perigos causados pela acumulação de eletricidade estática. Isso é conhecido como aterramento estático.

Funções do Aterramento
Prevenir Interferência Eletromagnética (EMI): Como o aterramento de equipamentos digitais e camadas de blindagem de cabos RF para reduzir o acoplamento eletromagnético e ruído.
Proteger Contra Tensões Altas e Surtos de Raios: O aterramento de racks de equipamentos e caixas de dispositivos de comunicação previne danos a equipamentos, instrumentos e pessoal devido a tensões altas ou descargas de raios.
Suportar a Operação de Sistemas de Comunicação: Por exemplo, em sistemas repetidores de cabos submarinos, o sistema de alimentação remota usa uma configuração condutor-terra, que requer um aterramento confiável.
Seleção Correta dos Métodos e Princípios de Medição da Resistência de Aterramento
Vários métodos são comumente usados para medir a resistência de aterramento: 2 fios, 3 fios, 4 fios, método de pinça única e método de pinça dupla. Cada um tem características distintas. Selecionar o método apropriado garante resultados precisos e confiáveis.
(1) Método de Dois Fios
Condição: Requer um ponto de referência bem aterrado e conhecido (por exemplo, condutor PEN). O valor medido é a soma da resistência de aterramento testada e a resistência de aterramento de referência. Se a resistência de referência for significativamente menor, o resultado aproxima-se da resistência de aterramento testada.
Aplicação: Adequado para áreas urbanas com edifícios densos ou superfícies seladas (por exemplo, concreto) onde a instalação de estacas de aterramento é impraticável.
Conexão: Conecte E+ES ao ponto de teste e H+S ao aterramento conhecido.
(2) Método de Três Fios
Condição: Requer dois eletrodos auxiliares: uma sonda de corrente (H) e uma sonda de tensão (S), cada uma espaçada pelo menos 20 metros do eletrodo de teste e uma da outra.
Princípio: Uma corrente de teste é injetada entre o eletrodo de teste (E) e o aterramento auxiliar (H). A queda de tensão entre o eletrodo de teste e a sonda de tensão (S) é medida. O resultado inclui a resistência dos fios de teste.
Aplicação: Aterramento de fundações, aterramento de canteiros de obras e sistemas de proteção contra raios.
Conexão: Conecte S à sonda de tensão, H ao aterramento auxiliar e E+ES juntos ao ponto de teste.
(3) Método de Quatro Fios
Descrição: Semelhante ao método de três fios, mas elimina a influência da resistência dos fios conectando E e ES separadamente e diretamente ao ponto de teste.
Vantagem: Método mais preciso, especialmente para medições de baixa resistência.
Aplicação: Medições de alta precisão em laboratórios ou sistemas de aterramento críticos.
(4) Método de Pinça Única
Condição: Mede pontos individuais de aterramento em um sistema multiaterrado sem desconectar a conexão de aterramento (para evitar riscos de segurança).
Aplicação: Ideal para sistemas de aterramento multiponto onde a desconexão não é permitida.
Conexão: Use uma pinça de corrente para medir a corrente que flui através do condutor de aterramento.
(5) Método de Pinça Dupla
Condição: Usado em sistemas multiaterrados sem necessidade de estacas de aterramento auxiliares. Mede a resistência de um único ponto de aterramento.
Conexão: Use pinças de corrente especificadas pelo fabricante conectadas ao instrumento. Coloque ambas as pinças ao redor do condutor de aterramento, com um espaçamento mínimo de 0,25 metros entre as pinças.
Vantagem: Rápido, seguro e conveniente para testes no local em redes de aterramento complexas.
Como Testar o Aterramento em uma Tomada Doméstica
Existem três métodos simples:
Método 1: Teste de Resistência (Desligado)
Desligue a energia.
Use um multímetro no modo de resistência (Ω) ou continuidade.
Conecte uma extremidade de um fio longo ao terminal de aterramento (C) de qualquer tomada.
Conecte a outra extremidade a uma das sondas do multímetro.
Toque a outra sonda na barra principal de aterramento no seu painel elétrico.
Se o multímetro mostrar continuidade ou uma resistência ≤ 4 Ω, o aterramento está normal.
Método 2: Teste de Tensão (Ligado)
Use um multímetro no modo de tensão AC.
Para uma tomada de três pinos padrão de 220V, rotule:
A = Fase (L)
B = Neutro (N)
C = Terra (PE)
Meça a tensão entre A e B (L-N).
Meça a tensão entre A e C (L-PE).
Se a tensão L-N for ligeiramente maior que a L-PE (diferença ≤ 5V), o aterramento provavelmente está normal.
Então, mude para o modo de resistência ou continuidade e meça entre B e C (N-PE).
Se houver continuidade ou resistência ≤ 4 Ω, o aterramento está normal.
Método 3: Teste Direto de Disparo (Requer Diferencial Residual Funcional/RCD)
Certifique-se de que o circuito esteja protegido por um dispositivo de corrente residual (RCD) ou interruptor diferencial de falha à terra (GFCI) funcionando.
Pegue um fio e faça um curto-circuito breve entre o terminal de fase (L) e o terminal de terra (PE) da tomada.
Se o RCD/GFCI disparar imediatamente, o sistema de aterramento está funcional e o mecanismo de proteção está funcionando corretamente.