Como profissional envolvido na formulação de especificações técnicas para transformadores de energia, reconheço que definir essas especificações é um passo crucial para garantir a confiabilidade, eficiência e conformidade com padrões internacionais, como o IEC 60076. Uma especificação abrangente deve esclarecer todos os parâmetros para evitar ineficiências operacionais, discrepâncias técnicas e falhas potenciais. Abaixo, do meu ponto de vista profissional, estão as considerações principais na formulação de especificações e na seleção de parâmetros-chave.
I. Determinação da Potência Nominal e dos Níveis de Tensão
Definir com precisão a potência nominal e os níveis de tensão é fundamental no desenvolvimento de especificações. Devemos estabelecer uma potência nominal apropriada (em MVA ou kVA) com base nas necessidades reais, para garantir que o transformador possa suportar a carga esperada sem perdas excessivas ou superaquecimento. Ao mesmo tempo, definimos claramente os níveis de tensão primária e secundária para atender às necessidades do sistema e especificamos o cenário de aplicação do transformador (transmissão, distribuição ou industrial) para garantir que a tensão nominal esteja alinhada com o projeto do sistema.

II. Controle do Desempenho de Isolamento e Dielétrico
O nível de isolamento e a resistência dielétrica afetam diretamente a capacidade do transformador de suportar sobretensões, transientes de chaveamento e impulsos de raio. Projetamos rigorosamente a coordenação de isolamento de acordo com a tensão máxima do equipamento (Um) e os requisitos de isolamento básico (BIL) para garantir a operação segura nas condições de rede esperadas. Na seleção de materiais e definição de parâmetros, escolhemos racionalmente os materiais de isolamento e determinamos a resistência dielétrica para prevenir falhas de isolamento e prolongar a vida útil do equipamento.
III. Definição dos Métodos de Refrigeração e Limites de Aumento de Temperatura
Definir os métodos de refrigeração e os limites de aumento de temperatura é essencial para garantir a operação segura do transformador. Os métodos de resfriamento comuns incluem ONAN, ONAF, OFAF e OFWF. Selecionamos um método de resfriamento adequado para o transformador com base nas condições de carga e ambientais e especificamos os limites de aumento de temperatura correspondentes.
IV. Garantia do Desempenho em Curto-Circuito e Mecânico
A resistência ao curto-circuito e a robustez mecânica determinam a confiabilidade do transformador durante falhas elétricas. Definimos com precisão a impedância de curto-circuito para regular as correntes de falha e manter a estabilidade do sistema, garantindo que as bobinas e o núcleo do transformador sejam estruturalmente robustos para suportar altas tensões mecânicas durante falhas, evitando danos estruturais e funcionais.
V. Esclarecimento dos Parâmetros de Eficiência e Perdas
A eficiência e as perdas são fatores-chave na seleção de transformadores. Cobrimos de forma abrangente as perdas a vazio, as perdas de carga e a eficiência geral em diferentes condições de carga na especificação. Considerando a operação contínua do transformador, otimizamos os parâmetros para reduzir as perdas de energia, controlar os custos de ciclo de vida e equilibrar o investimento inicial com a eficiência energética.
VI. Projeto de Regulação de Tensão e Arranjos de Derivações
Para permitir que o transformador se adapte a flutuações na rede, especificamos com precisão a regulação de tensão e os arranjos de derivações. Definimos o uso de reguladores de tensão sob carga (OLTC) ou reguladores de tensão fora de carga (DETC), detalhando o número de etapas de derivação, o intervalo de ajuste de tensão e o tipo de regulador de tensão para garantir a estabilidade da tensão.
VII. Adaptação a Condições Ambientais e de Localização
Ao formular especificações, consideramos cuidadosamente as condições ambientais e específicas do local, como altitude de instalação, temperatura, umidade, níveis de poluição e atividade sísmica — fatores que impactam diretamente o design e a operação do transformador. Para aplicações extremas, adicionamos requisitos de design especiais, como ajustes de isolamento para alta altitude, materiais resistentes à corrosão ou sistemas de resfriamento aprimorados.
VIII. Padronização das Informações da Placa de Identificação e de Operação e Manutenção
As especificações devem incluir informações detalhadas da placa de identificação, cobrindo o tipo de transformador, potência nominal, parâmetros de tensão, símbolos de conexão, método de resfriamento, classe de isolamento, impedância e detalhes do fabricante, para apoiar a identificação, operação e manutenção do equipamento. Além disso, esclarecemos os procedimentos de transporte e instalação (incluindo limites de peso, disposição de içamento e requisitos de armazenamento), bem como diretrizes para manutenção preventiva, análise de óleo e inspeções periódicas para garantir a confiabilidade a longo prazo.

IX. Seleção de Tensões e Potências do Sistema conforme IEC 60076
A seleção de tensões e potências do sistema é central no desenvolvimento de especificações. Isso afeta diretamente a capacidade do transformador de lidar com cargas, flutuações de tensão e eficiência/confiabilidade na rede, exigindo estrita conformidade com o IEC 60076.
(I) Seleção de Tensões Nominais
Combinando a tensão do sistema e os requisitos de operação da rede, selecionamos a tensão nominal do transformador (Ur) conforme o IEC 60076-1 para corresponder à tensão máxima do sistema, garantindo a coordenação de isolamento e a resistência dielétrica. Definimos a tensão máxima para o equipamento (Um) para garantir que o sistema de isolamento seja adequado e prevenir a quebra dielétrica; determinamos a tensão nominal de cada enrolamento com referência a valores preferenciais padrão para melhorar a compatibilidade com o equipamento da rede; e selecionamos a relação de tensão para atender às necessidades de transformação de tensão do sistema (por exemplo, 132/11 kV para conversão de tensão de transmissão para distribuição). Além disso, conforme o IEC 60076-3, consideramos o impacto da tensão do sistema na coordenação de isolamento, configurando isolamento mais robusto para transformadores que operam em tensões mais altas para suportar sobretensões por raio e chaveamento.
(II) Seleção de Potências Nominais
Conforme o IEC 60076, a potência nominal do transformador (Sr, em MVA ou kVA) é determinada integrando os requisitos do sistema, as condições de carga e a eficiência. Esclarecemos a distribuição de potência nominal (ambos os enrolamentos de um transformador de dois enrolamentos têm a mesma classificação, enquanto transformadores de múltiplos enrolamentos podem ter classificações diferentes para cada enrolamento); consideramos os ciclos de carga (normal, emergência e sobrecarga de curto prazo); e correlacionamos os métodos de resfriamento com as potências nominais (por exemplo, classificações diferentes para resfriamento ONAN e ONAF) para garantir a operação segura dentro dos limites de aumento de temperatura especificados.
(III) Fatores que Influenciam a Seleção de Parâmetros
A configuração e a estabilidade da rede, o crescimento e a expansão da carga, as necessidades de regulação de tensão e de derivações, e as considerações de curto-circuito afetam a seleção de tensões e potências nominais. Garantimos que o transformador se adapte à tensão da rede e à capacidade de suporte a curto-circuito; reservamos capacidade para o crescimento da carga para evitar sobrecargas; configuramos reguladores de tensão conforme necessário para manter a estabilidade da tensão; e selecionamos racionalmente a impedância de curto-circuito para limitar as correntes de falha e garantir a estabilidade da tensão, seguindo os requisitos do IEC 60076-5 para a capacidade de suporte a curto-circuito.